terça-feira, 27 de março de 2012

Romantismo


Romantismo
Luiz Júnior
O Romantismo é uma corrente literária surgida na Europa no final do século XVIII. A Inglaterra, Itália e Alemanha são o berço deste estilo, mas é a França que expandirá e desenvolverá o Romantismo pelo mundo, devido às Revoluções Industrial e Francesa.
Em Portugal o Romantismo é trazido por Almeida Garrett, que, exilado na Inglaterra, conhece Shakespeare com suas obras românticas que levavam à morte. Assim voltando para Portugal publica o poema Camões, que, com características neoclassicistas, abre caminho para o estilo romântico português, junto com Alexandre Herculano são responsáveis pela Primeira Geração do Romantismo em Portugal. Esta que tem como características o Neoclassicismo, Nacionalismo e o Medievalismo. As obras tinham temáticas voltadas para triunfos medievais e amor.
No Brasil a corrente chega com Gonçalves de Magalhães com o poema Suspiros Poéticos e Saudades e tem seu auge com Gonçalves Dias com A canção do exílio. Esse período tem como características poemas narrando a Pátria, numa tentativa de apresentar o Brasil para o mundo; e mostrando o índio, como único e verdadeiro brasileiro (americano), pois tinham o branco como europeu-colonizador, o negro como africano-escravo, e o nativo seria o único herói, pois na Europa narravam-se fatos de cavaleiros medievais e esse período não existiu na história brasileira, então, decidiu-se falar sobre o índio. As obras desta primeira Geração tinham, também, como característica a religiosidade, herança dos portugueses, já que em Portugal a religião era predominantemente influente.
A Segunda Geração é marcada pelo exagero, chamada de Ultrarromantismo. O pessimismo, o egocentrismo exacerbado, culto à morte, medo de amar e o subjetivismo são características desta fase. No Brasil Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire são os principais autores, eram estudantes que se reuniram. Estes poetas sofriam do “mal do século” onde o medo de amar e o amor não correspondido levava à morte. A mulher, que no romantismo é perfeita, virgem e pura, neste período é exageradamente pura, eram anjos, crianças, defuntas, etc. Têm uma imagem de sem vida “sem sal”. O sexo é subjetivo, escondido, dificilmente acontece.
Em Portugal a segunda fase do Romantismo é também marcada pelo exagero. Camilo Castelo Branco é o grande autor desta fase portuguesa e ele trás para suas obras a vida conturbada, principalmente em Amor de Perdição.
A Terceira geração do Romantismo trás tendências pré-realistas, tanto no Brasil, quanto em Portugal. Lá, somente a prosa influencia, com Júlio Diniz, principal obra As pupilas do Senhor Reitor. No Brasil, Castro Alves é o “Poeta dos Escravos”, trás para seus poemas, a vida sofrida dos africanos, que eram traficados para o Brasil. O Amor agora é mais sensual, característica do realismo.
O Romance Indianista retrata o índio (herói romântico) como “o bom selvagem”, como na primeira geração da poesia. O Autor desta fase do romantismo é José de Alencar com Iracema, Ubirajara e o Guarani, em suas obras Alencar tenta apresentar o romance entre o índio e o europeu, mostrando assim as diferentes culturas e também o nascimento do povo brasileiro. Lembrando que na Europa na prosa abordava-se o cavaleiro medieval, como no Brasil não tínhamos esse protagonista, o índio foi escolhido para representar-nos.
O Romance Regionalista surge com a necessidade de mostrar para as cidades a vida no campo, então as obras destinavam-se a descrever os ambientes, tentando mostrar, para o leitor burguês das cidades, o interior do Brasil. José de Alencar publica O Gaúcho, O Sertanejo e outras; Inocência de Visconde de Taunay representa bem esse período.
O Romance Urbano narra a vida burguesa do Rio de janeiro, A moreninha de Joaquim Manuel de Macedo como primeiro romance brasileiro é marca deste momento. José de Alencar lança a série “perfis femininos” com: Senhora, Diva e Lucíola, trazendo, já nestas obras, críticas realistas sobre a sociedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário